O artigo “A Psicanálise se reinventando (enfim)!” da revista Psychologie (02/2018) discute sobre o atendimento online!
A psicanalista francesa Sarah Chiche afirma que podemos recorrer ao Skype e ainda assim continuarmos rigorosos.
A Psicanálise de hoje é como no tempo do Freud, nosso objetivo é ajudar os pacientes a amar, a trabalhar e a ter uma existência digna.
No entanto, em 2018, é também levar em consideração as evoluções contemporâneas das estruturas familiares. A questão não é suavizar a teoria freudiana, mas sim carregar consigo.
O que fazer quando um paciente é hospitalizado?
De acordo com a psicanalista, nós podemos nos deslocar mantendo o nosso enquadre analítico.
Podemos pensar da mesma maneira quando ocorre uma mutação profissional, podemos recorrer ao telefone ou ao Skype.
Adaptar-se é também ajustar os honorários à situação financeira dos pacientes, a Psicanálise não pode estar reservada à uma elite social.
É importante admitir que a sociedade se transforma e por isso é necessário ampliar o campo da Psicanálise para melhor tratar os pacientes.
Outro ponto discutido no artigo é que antes de condenar o atendimento online é preciso experimentá-lo.
O psicanalista Yann Leroux afirma que a virtualidade das relações não impede nem a transferência (fenômeno fundamental para ocorrer o tratamento) e nem o investimento dentro da psicoterapia. Ele pensa que algumas pessoas se opõem porque a internet é algo novo, trata-se de ser um pouco pioneiro, o que implica, às vezes, um fantasma de traição (à teoria inicial) e uma dose de culpa.
Vale lembrar que Freud e Lacan sempre abriram suas teorias para outros campos do conhecimento, incluindo o futuro e as suas transformações!
Revista francesa: Psychologie, n°382, fevereiro de 2018.